novembro 29, 2017

Taxidermia no Museu de Pesca

Taxidermia no Museu de Pesca
Fotos arquivo do Museu

Grande parte dos animais expostos no Museu de Pesca passaram pelo processo de taxidermia, técnica que ficou conhecida pelo sinônimo “empalhar”, termo atualmente em desuso.

Taxidermia vem do termo grego que significa: tax = organização, derm = pele, é a técnica de preservação da forma da pele e do tamanho do animal para exibição e estudo. Essa técnica tem como principal objetivo o resgate de espécimes descartados, reconstituindo suas características físicas e, às vezes, simulando seu ‘habitat’, o mais fielmente possível, para que possam ser empregados como ferramentas de educação ambiental ou como material didático.

Quando um animal se encontra em estado deteriorado, inviabilizando sua montagem científica, artística ou seu estudo anatômico, recorre-se à Montagem Óssea. Limpa-se, assim, todos os ossos com instrumentos cortantes e produtos químicos, reconstituindo a parte óssea do animal com pinos, arame e cola. Esse foi o processo usado para reconstituição da Baleia Fin exposta no Museu de Pesca.

O taxidermista é um misto de técnico e artista. Ele transforma o animal morto em peça didática, utilizada como uma importante ferramenta para a criação de coleção científica ou para fins de exposição, trazendo também uma alternativa de lazer e cultura para a sociedade.

Dentre os taxidermistas que passaram pelo Laboratório de Taxidermia do Museu de Pesca, destaca –se Nelson Dreux Costa, um autodidata, apaixonado pela taxidermia, que fez grandes inovações na técnica.

Nelson iniciou sua carreira como motorista no Instituto de Pesca, e passou a ajudar o Taxidermista da época, Sr. Sebastião Medeiros, foi assim que conheceu a técnica. Enquanto acompanhava o Taxidermista do Museu, uma dúvida surgiu, parte dos dentes frontais da mandíbula do animal haviam desaparecido, e ninguém sabia como fazer para substituí-los. Foi quando Nelson, que fabrica pranchas de surfe e caiaque, sugeriu reproduzir os dentes com resina.

A cada dia, Nelson se encantava ainda mais, e passou a estudar as técnicas e criar novas formas de conservar animais para estudo. Nelson assumiu o Laboratório em 2000, e com algumas técnicas aprendidas com a confecção de pranchas, inovou a taxidermia com a fabricação de olhos de resina, escamas de fibra de vidro e substituiu as bases de madeira por arames e fios de cobre. Antigamente utilizava-se palha ou serragem de madeira para desenvolver a taxidermia, e Nelson também inovou com a utilização de plástico bolha e a serragem sintética (plástico triturado) para preenchimento dos animais.

Dentre seus trabalhos, Nelson classificava a Lula Gigante de mais de 5 metros, como seu trabalho mais complicado. Além da lula, a Raia – Manta e o Tubarão Duende que também foram considerados trabalhos difíceis. Porém, o trabalho mais emocionante foi a taxidermia do Cão Nero, considerado herói nacional para o Governo da Angola.

Nelson criou um conceito para explicar sua profissão: “A taxidermia é uma profissão que exige o senso estético de um artista, a destreza manual de um cirurgião, a criatividade do professor Pardal, a paciência de um monge e a teimosia de uma mula”.

Nelson faleceu em abril de 2014, deixou um grande legado para a taxidermia e para os amigos do museu de Pesca, uma grande saudade. 


Veja algumas reportagens sobre o Taxidermista Nelson Dreux Costa:







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